A auxiliar de limpeza, Thaíse Do Erre, de 28 anos, foi a primeira a ser imunizada. "Estou muito feliz em ter esta oportunidade, sabendo que muitas pessoas querem e esperam por esta vacina", falou emocionada. Casada e mãe de duas filhas, orgulha-se de estar fazendo parte de um momento histórico, não só para cidade, mas para o país. "Nunca imaginei que passaria por uma pandemia, por esse caos, com vária pessoas morrendo. Então sinto alívio, gratidão e um pouco de euforia em ser uma das primeiras pessoas vacinadas."
Lembra que estar na linha de frente foi uma escolha da qual não se arrepende. "Tenho medo, pois tenho família, mas é um trabalho necessário. O coração fica um pouco apertado, mas feliz."
Sem nunca imaginar vivenciar um momento como este, a enfermeira do setor de epidemiologia, Taís Korndorfer Rosa se sentiu honrada em poder abrir o processo de vacinação, aplicando as primeiras doses. Trabalhando há 9 anos na cidade, define o momento como uma vitória, com um sentimento mais especial, em poder iniciar o processo imunizando as equipes de saúde. "Eles estão trabalhando incansavelmente deste o ano passado, mesmo estando expostos aos riscos", lembrou.
Orgulho em iniciar a vacinação
Para o técnico de enfermagem e socorrista, Lucas Oliveira Xavier, 24 anos, ser o segundo vacinado foi um misto de esperança e recompensa. “Estamos na linha de frente há meses e, a cada dia, nos vemos impotentes diante do vírus. A vacina veio nos dizer que a luta valeu a pena e nos mostrando que a luta será recompensada.” Pede que a população não desanime, e continue com os cuidados. “A vitória está mais próximo do que imaginamos. Vamos vencer esse vírus juntos.” Tendo os filhos como principal motivação para enfrentar a guerra contra a Covid, a técnica de enfermagem, Lauren Andressa Gonçalves Freitas, de 25 anos, tinha nos olhos a gratidão e a felicidade. “É uma honra receber esta vacina. Estava muito ansiosa para que ela chegasse e, agora que veio, estou muito feliz”, falou. Para ela, que foi a terceira imunizada, o mais difícil ainda é sair de casa sabendo que enfrentará o desconhecido. “O meu maior medo é levar o vírus para os meus pais e meus filhos. Mas tomo todos os cuidados e sigo em frente.”
Chegada aguardada e comemorada
Passava das 13h30, desta quarta-feira (20), quando o servidor da secretaria Municipal da Saúde de Nova Santa Rita, Jeferson Sarmento da Silva, chegou com o isopor carregando as 40 doses da vacinas da Covid-19, ao município. Com ele ficou a responsabilidade de buscar na Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos (Ceadi), em Porto Alegre, as doses destinadas aos nova-santaritenses. A chegada na Secretaria da Saúde foi comemorada pelos profissionais da equipe de epidemiologia, que armazenaram os frascos com todo o cuidado, na certeza de que em suas mãos, estavam as armas mais poderosas da guerra contra o vírus desconhecido. As ampolas ficaram refrigeradas no local até por volta das 16h, quando foram levadas para a Unidade de Triagem da Covid-19, para serem administradas nos servidores. Todas as aplicações serão feitas na UBS, já que as doses serão destinadas apenas ao trabalhadores que atuam no combate direto ao vírus.
Momento histórico para cidade
O prefeito Rodrigo Battistella explica que as doses serão suficientes para imunizar apenas os profissionais que atuam na linha de frente. Porém, a intenção é estender, o quanto antes, para toda população. “Somos 30 mil habitantes e já perdemos 26 vidas. Então este é um momento histórico.” O secretário da Saúde, Cassiano Antunes reforça que, se o Ministério da Saúde autorizar, a cidade pretende adquirir novas doses.