A passagem do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, pelo Vale do Caí teve gaitaço e elogios ao chimarrão gaúcho e à famosa bergamota montenegrina. "A melhor tangerina que eu já comi", disse Machado. Na sexta-feira (13), o ministro cumpriu agenda no Estado. Em Montenegro, ele inaugurou um trecho de cerca de 930 metros da Estrada Geral Santos Reis, a Transcitrus, pavimentado com recurso do Ministério do Turismo. Ao todo, a obra já recebeu 1,9 milhão do Ministério, sendo R$ 875 mil para esta etapa.
O ministro chegou a Montenegro acompanhado dos principais aliados de Bolsonaro no RS, o senador Luis Carlos Heinze e o deputado federal Osmar Terra, além do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Hélio Lopes.
Na Câmara de Vereadores, foi recebido por um gaiteiro. Machado, que já integrou banda de forró e ficou conhecido por tocar o instrumento nas lives do presidente Jair Bolsonaro, tocou o clássico Asa Branca, imortalizado por seu conterrâneo, o também pernambucano Luiz Gonzaga. Enquanto o público aguardava o início da cerimônia no plenário, era possível ouvir o canto alegretense entoado por várias vozes vindo da sala de reuniões.
"Temos o compromisso de terminar a Transcitrus", afirmou o ministro. Ele disse ainda que o governo federal não tem preocupação com a "paternidade" das obras. "Isso é o governo Bolsonaro. Não tem a vaidade da paternidade da obra, mas prioriza a gestão, a entrega. E a diminuição do estoque de despesa, porque a obra inacabada ela gera despesa. Você tem que tomar conta da obra e tem a depreciação. A partir do momento em que você entrega, ela passa a gerar emprego e renda para a população."
O prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, disse que o primeiro pedido dos produtores rurais na região sempre é por boas estradas e que o poder público deve garantir o escoamento ágil e seguro da produção. "Da mesma forma, as comunidades da nossa região são culturalmente muito ricas e há gente disposta a conhecer essas características e usufruir daquilo que temos de melhor. O turismo é uma alternativa de renda que precisa ser estimulada."
Durante os discursos, os parlamentares destacaram o potencial turístico da região e do Estado. Mas, em boa parte do tempo, as falas exaltaram o governo Bolsonaro e criticaram a oposição e a CPI da pandemia no Senado. "A saída da pandemia vai ser uma rápida retomada do desenvolvimento, principalmente por causa do agronegócio, que não ficou um só dia em casa", disse Terra, que fez críticas às medidas de preventivas adotadas pelos Estados e municípios.
Heinze citou obras de infraestrutura, defendeu a compra de vacinas e criticou a CPI, que investiga a gestão da pandemia pelo governo federal. "A CPI só tem um interesse, que é derrotar o presidente Bolsonaro."
Após a cerimônia na Câmara, a comitiva se deslocou até a Transcitrus. No limite entre Montenegro e Maratá, Gilson Machado fez uma breve fala e cortou a fita, marcando a entrega solene do trecho asfaltado com recursos federais.
Depois de pronta, a rodovia deverá representar um avanço importante no escoamento da produção rural dos municípios pelos quais passa, além de beneficiar o turismo no interior. Até agora, foram executados 31,2 quilômetros da estrada. Os cerca 10,8 km que ainda precisam ser pavimentados tem custo estimado em R$ 8 milhões.
Em Montenegro, ainda é preciso pavimentar 900 metros de estrada para concluir o traçado da rodovia. Em São José do Sul, faltam serem pavimentados 1.800m, sendo 300 em direção a Harmonia e 1.500 em direção a Maratá. Em Brochier, falta pavimentar um trecho de 3,7 quilômetros para concluir o traçado da Transcitrus em seu território. Já em Maratá ainda precisam ser pavimentados 4,4 quilômetros de estradas que fazem parte da rodovia.
A obra tem valor estimado de R$ 2,4 milhões. Além do Ministério do Turismo, a prefeitura deve buscar recursos de emendas parlamentares. O projeto já havia sido encaminhado pelo próprio prefeito, em viagem a Brasília, na semana passada.